O colorido de uma cidade tão fria

Por Carlos Eduardo Pereira

Era ela que passeava, deixando suas pegadas pelo parque.
 
A cidade estava ainda mais fria naquela época do ano.
 
Para onde estava indo, não se sabe. Talvez nem ela saiba. Mas será que alguém sabe?
 
“Com tantas pessoas no mundo, porque logo eu seria escolhida?” – Pensava ela.
 
Talvez por se encontrar só também.
 
Ou indo para a mesma direção.
 
Procurava alguma coisa que talvez não achasse tão cedo.
 
Talvez sempre olhasse para o lado errado.
 
Talvez seu coração já estivesse mais frio do que aquela neve.
 
Ela amava o frio.
 
Vivia sozinha, mas sempre procurava colorir o branco, para poder se aquecer.
 
 
 
Texto escrito para a exposição “New York: não só para os olhos” da fotógrafa Janaina Schvambach.

Deixe um comentário

Acima ↑