
Tu pode ler ouvindo essa música.
Tu me estende a mão vazia e me tira do ceticismo
Logo eu que acho tão difícil andar pelo caminho do meio
Que sempre tive tanto cuidado
O apego nos teus dedos e no que não existe
Como se fosse ironicamente possível tudo se apagar em um piscar de olhos
Me dirijo sempre ao afeto que se instalou tão estranhamente
Não há escapatória além de abraçar o que causa temor
As luzes apagadas e o corredor vazio novamente
Poderia ser uma alusão ao que carrego dentro de mim
São só as tratativas da falta instauradas no empírico
Tento estar presente nos diálogos que presencio
Mas minha mente vaga em todas as possibilidades
Jogo minhas cartas imaginando o universo rolando dados
Só que não há nada de conclusivo além dos avisos projetivos
“Pode se transformar ou vai se esvair de vez?”
Não há resposta que caiba perfeitamente na minha pergunta
A linearidade do sim&não é de um equilíbrio inexistente
A dualidade do falar ou se calar
Do gostar ou do tornar-se indiferente
Da lembrança constante ou do esquecimento total
Da sobrevivência espaçada ou da morte lenta