
Tu pode ler ouvindo essa música.
Deito na cama.
Ouço algumas músicas.
Demoro pra dormir.
Acordo no meio da madrugada.
“Com certeza não vou lembrar do que sonhei até agora, tô acordando demais”, penso.
Dá pra ver a lua pelos vincos da persiana.
Sento na cama.
Observo (mais ou menos) o mundo lá fora.
Várias luzes borradas. Sei que são casas&prédios&indústrias, mas tô sem óculos, então não dá pra afirmar nada.
Ouço o barulho das árvores chacoalhando por causa do vento.
O cheiro doce da essência no meu difusor.
“Queria morar em outro lugar, mas não dá pra reclamar demais também”, penso.
Pego no sono novamente.
Sonho umas coisas esquisitas.
Vozes e silhuetas.
Não dá pra discernir.
A esquisitisse termina com o som do despertador chato que eu insisto em deixar no último volume.
“Tô atrasada. De novo… Por que eu nunca consigo acordar no horário???”, penso.
“Ah, não sei porquê me cobro tanto”, penso logo em seguida.
Escovo meus dentes.
Lavo meu rosto.
Coloco uma roupa.
“Não importa muito o que eu vou vestir se vou me sentir feia de qualquer jeito”, penso.
Vivo algumas horas em um limbo.
Sugada.
Chego em casa.
Tomo um banho.
“Essa sabonete tem um cheiro tão bom, preciso comprar mais, tá acabando, vou anotar na listinha do mercado”, penso.
Gosto de usar duas toalhas.
Me seco.
Me olho no espelho.
“Até que eu me acho bonita sem roupas”, penso.
Passo meus cremes.
Rosto.
Corpo.
Visto meu pijama.
Esqueço de anotar a sabonete cheirosa na listinha do mercado.
Me alimento de qualquer coisa que não exija muita elaboração.
“Queria que hoje fosse sexta… Se bem que às vezes esqueço que sexta-feira me dá uma angústia do inferno”, penso.
Lavo a louça.
Pego o secador e deixo o vento na minha cabeça por aproximadamente dez segundos.
“Secar o cabelo é um saco”, penso.
Decido dormir com o cabelo meio molhado mesmo.
Escovo meus dentes.
Estendo a coberta.
“Calor é um saco também”, penso.
Ajeito os travesseiros.
“Saudade”, penso.
E tudo sempre se repete um pouco.