
Por Renan Bernardi
As pessoas que nasceram entre o final da década de 80 e o começo do século XXI, mesmo no Brasil, tem grandes chances de ter acompanhado, gostado e se influenciado pelas diversas ondas do que foi enquadrado e definido como rock alternativo, que vieram surgindo fortemente principalmente a partir dos anos 90.
Desde os britânicos do Radiohead, Oasis, Blur, The Verve e depois, Arctic Monkeys, Franz Ferdinand e até mesmo os americanos dos (The) Strokes e uma gigantesca vertente de bandas semelhantes e diferenciadas que apareceram pelo mundo todo, como Portishead e Warpaint, movimentaram a cabeça de muitos jovens brasileiros de diferentes décadas, muito pela influência da MTV, mas também pela pesquisa independente na internet, e ecoam em sonoridades ainda em atividade pelo Brasil.
O passado dessas influências aqui no Brasil vai desde Los Hermanos, Gram e até Cansei de Ser Sexy e Vivendo do Ócio, passando por diversos outros exemplos que também foram surgindo e que pode já ser do conhecimento dos que leem.
Assumindo essas e outras influências (mesmo sem se importarem tanto em discuti-las), a banda Caostropi, formada por cinco rapazes de diferentes municípios do interior de São Paulo, mostra como essas sonoridades ainda conversam com a juventude.
Mas, ao mesmo tempo, eles buscam se desvencilhar desse “rock jovem” e mostram ter um olhar maduro sobre o próprio país e continente, tomando para sua arte toda a carga de tensão típica do terceiro mundo e incluindo elementos das sonoridades aqui desenvolvidas para construir a sua identidade.

Tendo, como bem disse o guitarrista da banda Ricardo Cortizu, “os ouvidos com a memória muscular calcada no rock alternativo”, a Caostropi parte para uma pesquisa de aprofundamento na cultura latino-americana e as suas formas de expressão para chegar em “Dia do Fogo”, o primeiro single da banda.
Produzido em um sítio em Itapuí-SP nos dias pré-pandêmicos, “Dia do Fogo” foi gravado remotamente, já durante a quarentena. O single antecede o primeiro álbum da banda, que tem previsão de lançamento para outubro deste ano.

Acompanhando o lançamento, o clipe contou com a colaboração ativa de Henrique Faria na direção e edição do videoclipe, e da artista visual Bárbara Massuela no conceito, que também desenvolveu a produção da capa do single.