Chapecó terá seu 1º Festival online
Chapecó terá seu 1º Festival online

Chapecó terá seu 1º Festival online

Desenvolvido por produtores e artistas locais, o projeto tem como objetivo movimentar a produção artística, gerar renda emergente para trabalhadores da cultura e estimular a economia criativa.

Por Camila Almeida

Artes: Daniel Zonta

Em meio à pandemia da Covid-19 novos produtos se formam, outras maneiras de conexão social são desenvolvidas e o mundo vive junto uma nova experiência: a reinvenção do setor cultural. Foi vivenciando todas essas mudanças que produtores e artistas locais decidiram criar o 1° Festival Online de Chapecó. 

“Observamos o que está sendo desenvolvido em todo o país e no mundo, as novas experiências culturais que estão sendo oferecidas à comunidade e nos perguntamos: por que não criar um festival da cidade, construído por profissionais locais? Um espaço de troca entre artista e comunidade, e uma oportunidade para que as pessoas conheçam e se aproximem de quem faz arte em nosso Município”, explica, Maurício Sinski, produtor do projeto. 

O II Festival Disfarçados Teatro do Chapéu – em casa, já tem data marcada: 25 agosto, dia em que Chapecó comemora 103 anos de história. “Não sabemos quanto tempo essa pandemia ainda vai durar, mas sabemos que as ações culturais são as principais atividades que contribuem para minimizar o efeito do isolamento. Então mesmo em quarentena queremos comemorar o aniversário da cidade com quem constrói, melhora e transforma todos os dias a história de Chapecó: a comunidade. Teremos uma comemoração humanizada, para toda a família e utilizando a principal ferramenta de transformação social: a arte”, explica Louis Radavelli, produtor do projeto.

Conheça os 13 projetos selecionados para a edição deste ano:

Na programação 13 propostas culturais foram selecionadas por convocatória online, as quais serão apresentadas por meio de lives no instagram, no perfil do Festival Disfarçados. “Nós pensamos em uma programação que apresente características da cultura local. As propostas e pesquisas contam a história da cidade e trazem desde a valorização da cultura kaingang que integra fortemente a nossa história, passa pelo hip hop produzido nos bairros da cidade, valoriza as iniciativas artísticas que trazem preocupação ambiental, dá voz às histórias dos caboclos da nossa região e chega até as poesias autorais feitas para a Chapecó de hoje”, explica o produtor do Festival, Maurício Sinski.

Ajude o Festival a acontecer

Segundo a equipe de produção, um dos intuitos do projeto é gerar renda emergente para artistas, técnicos e produtores que estão sem ter como trabalhar no momento. O aporte financeiro para o festival será desenvolvido de duas maneiras: com financiamento colaborativo via plataforma online, a partir de 30 de junho, já com a programação oficial fechada, e também com patrocínio de empresas da cidade. 

“Essa é a hora das empresas apoiarem os projetos locais, se aliarem a ações que tem como objetivo o desenvolvimento humano e o estímulo da economia. Estaremos investindo em nossa cidade para que superemos esse momento difícil”, explica Maurício.

Saiba mais no site: www.disfarcadosteatrodochapeu.com.br/

Segunda edição

O Festival Disfarçados Teatro do Chapéu já está em sua 2ª edição. A primeira foi desenvolvida em 2017 e contemplada pelo Edital de Fomento e Circulação das Linguagens Artísticas de Chapecó. Levou apresentações gratuitas por diferentes bairros, praças, parques e espaços públicos, democratizando o acesso à cultura.

Nesta edição o palco vira a casa dos artistas e a plateia assiste a tudo pela internet. O projeto acontecerá inteiramente online, por meio de lives ao longo do 25 de agosto, no Instagram do Festival @disfarcadosteatrochapeu

“O nosso Festival era totalmente presencial, descentralizado e espalhado pelos bairros da cidade. Mesmo em meio a pandemia pensamos que esta edição poderia sim acontecer e contribuir com a comunidade nesse momento difícil de isolamento social. Esta data, 25 de agosto, foi escolhida visando presentear quem constrói e transforma todos os dias a história da cidade: as pessoas”, explica Louis Radavelli, produtor do Projeto.

Injeção na economia local

Além de aproximar os artistas e a comunidade o Festival Disfarçados traz como um de seus objetivos a geração de emprego e renda para artistas, técnicos e produtores que estão com suas atividades paralisadas ou minimizadas durante a pandemia.

Laura Müller, cantora há 10 anos, diz que este é um momento difícil. “Ninguém estava preparado para isso. Todo processo já é difícil, fechamento de agenda, negociação… sem os eventos no momento a dificuldade financeira é muito grande. E a retomada também tende a ser muito complicada, em vista que os contratantes também passam por grandes dificuldades. Por isso o Festival traz grande força e importância para a área cultural local, fazendo com que os artistas possam movimentar-se em parceria”, disse.

Além de Laura, mais 30 profissionais da cultura serão beneficiados financeiramente com o projeto. Segundo Maurício, “isso significa mais trabalho, mais renda, mais qualidade de vida para as famílias e mais movimento econômico para a cidade”.

Coletividade

Para garantir o cachê dos profissionais que irão trabalhar e se apresentar para a comunidade no aniversário de Chapecó, o Festival criou um financiamento colaborativo on-line. Com um valor a partir de R$10 você ajuda o Festival a acontecer. Para contribuir basta acessar o link https://benfeitoria.com/festivaldisfarcados . É rápido, fácil e seguro. 

“Acreditamos que esse é um movimento coletivo. A arte tem o poder de transformação social, humaniza a rotina, traz qualidade de vida e podemos sentir isso principalmente durante esta quarentena. Quantos produtos culturais você já consumiu durante a pandemia? Você já viu séries, lives, ouviu música, assistiu filmes, leu livros? Precisamos da ajuda da comunidade para que a arte continue viva, continue se reinventando e chegando até a casa das pessoas. Essa colaboração pode ser tanto pela plataforma online ou por meio de patrocínio de empresas que acreditam nesse projeto. Ela servirá também como renda emergente para despesas básicas, como aluguel, água, luz, alimentação, remédios, para pessoas que estão sem trabalhar”, enfatiza Louis.

Fortalecimento do Setor

O projeto abraça músicos, poetas, atores, técnicos, produtores, grafiteiros, dançarinos e cineastas. Para o músico e poeta, Herman Silvani, que participa do Festival pelo Grupo Vertigem de Ações Poéticas, a união da classe artística, por meio dos movimentos culturais independentes traz uma grande contribuição para a cidade. “Num momento como este, de isolamento e distanciamento social, as artes cumprem um papel fundamental, que é o de fazer com que as pessoas sigam sendo sensíveis e reflexivas, duas características fundamentais do ser humano. Fortalecem a cultura na medida em que existem e, a partir das suas ações, projetos, apresentações, produções, alimentam a alma e a mente das pessoas. E é disso que depende também a continuidade da existência humana enquanto sociedade. (…) a arte, a cultura, são fundamentais para a vida. Além disso, estes movimentos são fundamentais para a história da cidade”, conclui. 

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