
Por Renan Bernardi.
No ano de 2013, eu era apenas um menino de 16 anos. Gostava muito de Nirvana e ainda estava começando a conhecer a música brasileira através dos primeiros álbuns d’Os Mutantes.
Nessa época, a música nativista era outra coisa que começava a me interessar. Com meus amigos – frequentadores e tocadores do CTG – me apresentando nomes como Pirisca Grecco, Yamandú Costa e Bebeto Alves, comecei a valorizar mais aquilo que já conhecia através de meu pai, como: César Oliveira & Rogério Melo, Joca Martins, Luiz Carlos Borges e entre tantos eteceteras.
Foram justamente estes amigos os que me convidaram para ver, numa noite de dia semana, no teatro municipal de nossa pequena cidade de Marmeleiro (PR), uma apresentação da banda Entrevero Instrumental. Me convidaram justamente por conhecerem Arthur Boscato (violão de 7 cordas) e Diego Guerro (na época, acordeonista do grupo) dos festivais de música tradicional que acontecem pelo sul do país.
E eu que fui esperando encontrar um show de música gaúcha: encontrei! Conheci até a belíssima canção “Destino Missioneiro”, de Noel Guarany, ali cantada por Arthur e acompanhada apenas do violão e do acordeão. Mas eu – que esperava encontrar um show de música gaúcha – encontrei muito mais que isso!
Na época, a Entrevero estava divulgando o seu segundo álbum, Êxodo e, já ali tinham a proposta de uma mistura dos ritmos tradicionais da cultura gaúcha, como o chamamé e a milonga, com o jazz, a música erudita e demais experimentações contemporâneas. Tornando tudo isso algo homogêneo e muito (muito!) original.
E, bom… aquilo explodiu minha cabeça!
Eu, que mal compreendia sequer o que era a tropicália, sequer tinha ouvido o mínimo de jazz necessário para entender aquilo, me deparei ali com um caldeirão ainda mais profundo – e mais próximo da minha vivência – do que seria uma antropofagia cultural. Lembro até hoje de detalhes daquela apresentação, dos solos individuais, da sétima corda do violão (eu nunca tinha visto aquilo fora dos vídeos do Yamandú) e também da melodia de “Cambirela”, que ficou ressoando na minha cabeça por dias e dias.
Os anos passaram e, quanto mais eu entendo de música, mais o Entrevero Instrumental faz sentido. E, quanto mais eu entendo de música, mais eu tenho que admitir que ainda não entendo tudo que eles fazem.
Em 2015, o grupo lança o sensacional projeto Entrevero Instrumental + (do qual já falei por aqui), com 3 versões do mesmo álbum, divididas em: Desporchado, Estratossoma e ▁ ▂ ▃▗ ▘ ▙ ░ ▒ ▓ ╩╦├─┼⊕ (sim, é isso mesmo). Sendo que esse terceiro conta com “camadas eletrônicas geradas em tempo real pelo Pure Data, sons acústicos gravados originalmente manipulados, reeditados e em alguns casos reafinados em escalas microtonais e novos sons eletrônicos sintetizados” (Fonte: https://www.entreveroinstrumental.com/home).
Quando ouvi esses álbuns pela primeira vez, agradeci ter tido a sorte de ter a cabeça aberta para usufruir de toda essa piração desenvolvida no projeto. Mas hoje, analisando melhor, vejo que pode ter sido os próprios meninos da Entrevero que tenham aberto a minha mentalidade para suas experimentações, ainda lá naquele primeiro show que vi deles.
Depois disso, os membros da banda se envolveram em diversos projetos paralelos incríveis, tais como: O Exótico Quark Encanto, Rédea Solta, Duo Meridional, Sintodrama, Sá Pedro & Banda Líquida e – provavelmente – muitos outros.
De lá pra cá, encontrei com os membros (apenas Arthur e Diego) mais duas vezes em 2018, durante umas jam sessions que eles realizaram em Pato Branco (BR), acompanhados de outros músicos locais.
Nunca mais presenciei um show da Entrevero Instrumental, mas o som deles se encontra comigo com boa frequência. Sempre que procuro ouvir algo que fuja totalmente dos padrões estéticos da música popular e erudita, ou quando encontro pessoas com curiosidades musicais semelhantes e o assunto chega ao ponto em que digo: “essa é a banda mais doida que eu já ouvi!”
O mais recente encontro que o Entrevero Instrumental me proporcionou foi com uma grande novidade. Em dezembro de 2019, a banda lança o seu mais novo álbum de estúdio: Incurso, gravado através de um convite realizado pela Residência Artística do Musibéria, organização sediada em Serpa, Portugal, que tem como fim apoiar a “criação, investigação e difusão da diáspora da cultura ibérica nos diferentes cenários da contemporaneidade”. (Fonte: Release do álbum)
Desse lançamento, surge para mim a oportunidade de entrevistar o Filipe Maliska, baterista e fundador da Entrevero para que a própria banda conte um pouco mais sobre esse novo capítulo de uma das bandas mais interessantes e curiosas de nosso país.
Para começar, nos digam: Como aconteceu o convite da Residência Artística do Musibéria para a gravação desse álbum e como foi o (aparentemente, conturbado) processo dessa viagem até Portugal?
Filipe: O contato para o Musibéria foi através do nosso saxofonista Jota P e do pianista argentino Ariel Rodríguez, que mora em Serpa, cidade onde fica o Musibéria, e dá aulas por lá. Enviamos nosso material para a produção do espaço e aí veio o convite.
Sobre a viagem conturbada, estamos um pouco acostumados, poderia ficar horas falando de situações onde passamos perrengue. Pra não deixar na curiosidade, aqui vão algumas: na gravação do nosso primeiro disco, no Rio de Janeiro, fomos abandonamos pelo nosso acordeonista e saxofonista da época, o Israel, pouco antes da gravação. Acabamos gravando com participações especiais do Gabriel Grossi e Bebê Kramer; depois que entrou o acordeonista Diego Guerro, iríamos fazer o primeiro show com ele no Rio de Janeiro, aí o Arthur resolveu desaparecer. Acabamos cancelando as passagens aéreas e o responsável pela Modern Sound, prestigiada loja de discos de Copacabana onde iríamos tocar, falou que nunca, em todas as décadas da loja, alguém havia cancelado. O local iria fechar duas semanas depois de nós, o show do João Donato seria o último, e a gente ia ser a única banda que havia dado esse desgosto pra ele. Então o Arthur apareceu, em outra cidade, aí acabamos indo de busão em cima da hora; em uma viagem para tocar no festival Jazz a la Calle, no Uruguai, nosso acordeonista na época, Diego, e o Rodrigo Moreira foram impedidos de embarcar no Aeroporto de Florianópolis porque estavam com a identidade vencida e sem passaportes. Como Rodrigo mora aqui em Floripa, conseguiu dar um jeito e ir em outro voo, chegando no dia do show. Já o Diego não conseguiu, foi pra praia, e tivemos que tocar defasados em um dos festivais mais legais que já tocamos. Essas são só algumas histórias que me vieram na cabeça, tem muito mais! Falando assim parece que já estamos calejados, mas não, sempre pode piorar (rs).
Dessa vez, o acordeonista Diego resolveu não viajar conosco pra gravação, ficamos na mão e tendo que correr atrás de alguém. Surgiu o Vinícius Lole, que eu e o Boscato havíamos chamado pra participar da gravação do EP do Rodrigo Sá Pedro e que estava surpreendendo a gente a cada dia. Perguntei então no meio da sessão de gravação se ele tinha passaporte, ele não tinha, mas brilhou os olhos; a partir daí foi uma correria na polícia federal pra fazer um passaporte de emergência. O Lole pegou o passaporte dele na manhã do mesmo dia que viajaria à tarde.
Outra zica que rolou foi com a agenda do Jota P, que a gente já sabe que é apertada por tocar na banda do Hermeto Pascoal. Por isso mesmo deixamos pra marcar a viagem faltando apenas um mês, mesmo sabendo que as passagens iriam estar mais caras, mas assim garantiríamos a viagem, uma vez que com o Hermeto normalmente as coisas são marcadas com bastante antecedência. Mas claro que em se tratando de Entrevero Instrumental as coisas não são bem assim. No dia em que batemos o martelo e compramos as passagens saiu uma data com o Hermeto. O Jota P então resolveu fazer um bate e volta, ele iria com a gente pra Lisboa, iríamos tocar no tradicional clube de jazz de lá, o Hot Clube de Portugal, que era um lugar que o Jota P queria muito tocar e que era um lugar muito difícil de conseguir data, e que foi conseguido por causa de um contato quente do Jota P de lá, depois voltaria para o Brasil para fazer a data com o Hermeto e por fim voltaria com a gente pra tour e pra gravação. Tudo certo se não fosse o Pedro Bial, que acabou sendo uma surpresa pra todo mundo. Marcaram super em cima da hora o programa do Bial inteiramente dedicado ao Hermeto. Resumindo, perdemos uma passagem do projeto e o Jota P perdeu uma passagem que ele havia comprado.
Pra fechar com chave de merda, a polícia alemã resolveu barrar a gente no aeroporto de Frankfurt por não termos, pasmem, visto de trabalho. Como falei, poderia ficar a entrevista toda falando de outras situações só dessa tour também, hehe. Mas já deu pra ter uma ideia por onde vai. Quando pessoal vê as fotos e os vídeos não imagina toda essa “festa” dos bastidores.
Quanto os arranjos instrumentais, Incurso me lembrou bem o que vinha sendo feito no projeto anterior. Mas apesar de também ter participações vocais, nesse novo álbum a gente vê as canções nativistas originais fazendo os interlúdios aos temas instrumentais, como uma forma de colagem mesmo e, essa proposta parece intensificar o conceito que vocês começaram a trabalhar mais intensamente no Entrevero Instrumental +. Sendo assim, pode-se dizer que o Incurso é uma continuidade (ou até, evolução) da “Estética do Gaúcho Cyperpunk”?
Filipe: Pensamos em um disco que olhasse para os 10 anos da banda e pegasse tudo aquilo que a gente acha que cada disco trouxe de mais significativo para nossa identidade, unindo esses conceitos com uma cola nova, mais direta ao ponto.
As partes vocais fazendo referência a textos e músicas nativistas, por exemplo, vieram do Estratossoma, mas o fato de optarmos por utilizar gravações originais, somadas com sons eletrônicos, talvez remeta mais à terceira versão do disco do Entrevero Instrumental +, o ▁ ▂ ▃▗ ▘ ▙ ░ ▒ ▓ ╩╦├─┼⊕” , pois é nele que invocamos mais a manipulação livre de sons, de materiais pré-gravados, enfim, trazendo esse assunto que sempre aparece, como no documentário Estratos, da ideia de compartilhamento livre de informação, softwares de código aberto. Esse tema aparece de forma mais explícita na última faixa do disco, a Ḯ̵̭̒̌̉̈̀͐̄n̸̗̟͉̔̄͠͠v̵̘̜̫̀̐̽̇ȩ̵̷̢̭̦̯͖̭͙̣̪̈́̒̌̉̈̀͐̄̀̓s̵̘̜̫̀̐̽̇t̸̡̡̰̩͓͍̹̀̆̊̄̈̚͝͠id̸̡̡̰̩͓͍̹̀̆̊̄̈̚͝͠a ̷̨̝̹͕̩̝̜̃̔̽̀͋͒͛̏́͜͠Tȩ̷̵̢̦̯͖̭͙̣̪̭̀̓̈́̒̌̉̈̀͐̄rrų̷̝̹͕̩̝̜̃̔̽̀͋͒͛̏́͜͠nh̸̵̗̟͉̘̜̫̔̄̀̐̽̇͠͠ǎ̴̳̤̐͋͘͘͝ d̸̗̟͉̔̄͠͠o ̴̸̳̤̗̟͉̌̐͋̔̄͘͘͝͠͠Ǎ̴̳̤̐͋͘͘͝n̸̗̟͉̔̄͠͠a̸̗̟͉̔̄͠͠ř̴̸̡̡̳̤̰̩͓͍̹̐͋̀̆̊̄̈͘͘̚͝͝͠co̸̗̟͉̔̄͠͠C̸̗̟͉̔̄͠͠riptǫ̷̝̹͕̩̝̜̃̔̽̀͋͒͛̏́͜͠C̸̡̡̰̩͓͍̹̀̆̊̄̈̚͝͠yb̵̘̜̫̀̐̽̇ ̵̘̜̫̀̐̽̇er̷̴̨̝̹͕̩̝̜̳̤̃̔̽̀͋͒͛̏́̌̐͋͘͘͜͠͝Ga̸̗̟͉̔̄͠͠u ̷̧̢̦̯͖̭͙̣̪̀̓ ̷̨̝̹͕̩̝̜̃̔̽̀͋͒͛̏́͜͠c̸̗̟͉̔̄͠͠h̸̵̡̡̰̩͓͍̹̭̀̆̊̄̈̈́̒̌̉̈̀͐̄̚͝͠ò̷̴̧̢̦̯͖̭͙̣̪̳̤̓̌̐͋͘͘͝dà̷̷̧̢̨̦̯͖̭͙̣̪̝̹͕̩̝̜̓̃̔̽̀͋͒͛̏́͜͠ ̵̭̈́̒̌̉̈̀͐̄Tba̸̸̗̟͉̗̟͉̔̄̔̄͠͠͠͠D̵̘̜̫̀̐̽̇ ̴̳̤̌̐͋͘͘͝i̸̵̸̗̟͉̘̜̫̗̟͉̔̄̀̐̽̇̔̄͠͠͠͠gį̸̷̗̟͉̝̹͕̩̝̜̔̄̃̔̽̀͋͒͛̏́͜͠͠͠t̸̗̟͉̔̄͠͠lṋ̵̈́̒̌̉̈̀͐̄ò̸̵̵̡̡̰̩͓͍̹̘̜̫̭̆̊̄̈̀̐̽̇̈́̒̌̉̈̀͐̄̚͝͠à̸̡̡̰̩͓͍̹̆̊̄̈̚͝͠ i ̵̷̧̢̭̦̯͖̭͙̣̪̈́̒̌̉̈̀͐̄̀̓sGù̷̴̸̧̢̡̡̦̯͖̭͙̣̪̳̤̰̩͓͍̹̓̌̐͋̀̆̊̄̈͘͘̚͝͝͠ascà̷̷̸̧̢̨̦̯͖̭͙̣̪̝̹͕̩̝̜̗̟͉̓̃̔̽̀͋͒͛̏́̔̄͜͠͠͠Ť̴̳̤̐͋͘͘͝el̸̡̡̰̩͓͍̹̀̆̊̄̈̚͝͠uris̵̘̜̫̀̐̽̇mo.
Acho que sim, acho que essa estética vinha sendo construída, estava tudo ali, mas dessa vez ela ganhou vida na forma desse personagem e acho que ele simboliza bem o conceito do disco, a tentativa de unir nossa história, beber dos três trabalhos anteriores, por mais distintos que sejam, e apresentar isso de uma forma nova, da mesma forma unir os conceitos da música tradicional com a vanguarda, e também relacionar os anseios de nossos antepassados aqui do sul com nossos anseios hoje, olhando pra frente com a tecnologia que temos.
Além das influencias mais lógicas, como a mudança de estúdio e da formação da banda, de que maneiras o ambiente lusitano e as pessoas envolvidas com o projeto interviram (positivamente ou não) para o resultado de Incurso?
Filipe: Não esperávamos que iríamos encontrar um estúdio tão foda! Tudo de ponta, impecável e preparado pra gravar diversos instrumentos ao vivo, coisa difícil de ver nos estúdios daqui. Todo o pessoal do Musibéria foi super atencioso e receptivo, e aquele que teríamos contato direto, o técnico de som André Espada, é o cara mais gente boa do mundo. Isso tudo influenciou demais no som.
Outra coisa foi, em contraste com o moderno estúdio, a cidade medieval de Serpa, a casa do século XVIII que ficamos hospedados, também incluída no projeto. Fora é claro, o fato de estarmos tão longe e nos depararmos com uma cultura campesina muito parecida com a nossa do Sul aqui, vestimentas, música, comida. Tudo isso acabou influenciando demais no conceito do disco.
Quais diferenças, em comparação aos últimos trabalhos, vocês observaram na produção do álbum em um ambiente tão exterior aos costumes que vocês subvertem na estética trazida pelo Entrevero? Como lidaram os portugueses com a proposta da banda?
Filipe: Como eu estava falando, foi uma surpresa pra gente encontrarmos tantas similaridades na nossa cultura sulista com a deles. Portanto, tivemos talvez uma sensação até mais próxima de estarmos subvertendo culturas tradicionais, uma vez que os outros discos foram gravados no Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis. Em Portugal, sentíamos mais forte a tradição, nos lugares onde íamos, pessoas cantando nos bares e restaurante para nós, etc.
Acho que a reação dos portugueses teve aquele sabor especial, pois, em geral, eles acham que o Brasil é só o país do samba, da bossa nova, quando muito, conhecem ritmos nordestinos como baião, mas poucos conhecem esse lado mais frio, mais dark, mais pesado, da música brasileira que se encontra aqui no sul, ainda mais com a abordagem do Entrevero. Então acaba sendo uma surpresa dupla, porque no mesmo momento que eles têm contato com aquela faceta da música brasileira, já veem ela sendo transformada, corrompida, subvertida, esticada.
Esse álbum visa intensamente o futuro, mesmo com a valorização das raízes sendo mencionadas o tempo todo. O monólogo final (quase que um conto), “Investida Terrunha do Anarco Cripto Gaucho da Taba Digital no Mais Guasca Telurismo” mostra bem isso ao imaginar um futuro usando a migração como eixo de pensamento, ou seja, dissolvendo as próprias raízes que até então vindo sendo mencionadas no álbum. Sendo assim, para finalizarmos de forma digna e futurística a nossa entrevista, pergunto: O que a Entrevero Instrumental tem a dizer sobre o futuro? Tanto da própria banda, como do Brasil, de Portugal, da Terra e, é claro, de Marte?
Filipe: Queremos ser mais ativos nas nossas redes sociais, trazer mais quem somos, o lado pessoal, o humor, bem como vídeos tocando. Em abril vamos gravar o show Incurso ao vivo no Cinerama Arthouse, através do Prêmio Elisabete Anderle, então vem material novo em breve. Percebemos nos números que acabamos tendo mais público na internet do que em shows.
Mas claro, tentaremos marcar uma tour por aqui perto dessa gravação. Estamos de olho na Europa também, uma vez que o disco ainda vai ser lançado lá.
Mas esse é um futuro breve, mais pra frente temos várias ideias de discos, um deles era até pra ter rolado antes do Incurso, um disco microtonal 100% acústico, mas nem preciso dizer que aconteceram diversos imprevistos, como o Diego levando um calote do luthier italiano que estava preparando o acordeon com afinação diferente.
Sobre Brasil e Portugal, acho que é inevitável esse caminho de negar a existência de linhas imaginárias, de assumir que as pessoas estão conectadas de toda forma através da tecnologia, criando essa camada digital no mundo que é mais forte do que qualquer conceito de nação, livres pra trocar informação e mercadoria através desse layer. Em suma, uma declaração de independência individual.
Sobre Marte, estamos com Elon Musk nesse anseio de ver o planeta vermelho colonizado e terraformado nas próximas décadas. Já estamos contando os dias pra tocar em algum festival de jazz interplanetário por lá.
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