
Fotografias: Carlos Eduardo Pereira
O Grito da Terra 2019 cumpriu com seu propósito: apagar a rotina da cabeça e se fazer emergir na natureza, com trilha sonora pesada, cultura e arte. Com o coração na mão, mas com a certeza de que tudo foi vivido da melhor forma, o público se despediu do camping que abrigava o festival desde 2016.
Neste ano, o Grito abriu as portas no dia 14 de novembro, um dia de chuva para enlamear os calçados de quem chegava. Durante o dia e a tarde, o Camping Amigos de Fragosos, interior de Concórdia, já recebia seus primeiros ocupantes. À noite, o volume aumentou ainda mais. O lugar regado de árvores e contemplado com o Rio Jacutinga, se coloriu com barracas, redes e pessoas.
Às 20h, o primeiro show abriu o festival. A dupla Marrecas River Blues Brothers, junto com integrantes da banda Blues Experience, subiu ao palco e fez os corpos começarem a se soltar, ao ritmo de rhythm and blues. A banda chapecoense Os Variantes também fez seu espetáculo no primeiro dia de evento, tocando músicas de seu álbum ‘Pra Variar’, que fez a galera cantar junto. Também de Chapecó, Carlota Joaquina, foi a terceira banda a se apresentar. E para encerrar a primeira noite, Mulamba fez seu show, mostrando todo o poder feminino, com letras, estilo e performance que fazem o público vibrar. A primeira noite de shows deixou um gostinho de quero mais.
Durante o dia seguinte, enquanto aguardavam as primeiras apresentações, que iniciavam à tarde, a galera acampada pode se deliciar com os lanches da cozinha, curtir o rio, visitar os expositores ou trocar ideia com o vizinho da barraca ao lado. A essa altura, a chuva já havia sumido e sol batia nas costas descobertas e esquentava as bebidas das caixas térmicas. O resto da lama que no dia anterior sujou calçados e roupas, serviu como diversão para algumas crianças. E por falar em crianças, o festival se encheu delas, comprovando que há lugar pra todo mundo, independente da idade.
Na sexta-feira, mais um dia repleto de shows. Foi a vez das bandas Pepe Mujica Band, Pave e os Postulados, Mar de Marte, Glue Trip, Não Alimente os Animais, Baga Pirata e Bike Oficial subirem ao palco, fazendo a galera vibrar ainda mais.
E para fechar, o sábado ofereceu ainda mais espetáculos. Além de shows e oficinas, as poesias declamadas pelo Grupo Vertigem e a contação de histórias de Josiane Geroldi, da Cia Contacausos, tornaram o clima da noite mais alegre e contagiante, com espaço para quem quisesse se apresentar e erguer a voz para falar sobre questões sociais, por meio da arte.
E as bandas que subiram ao palco no último grande dia de festival, foram: The Experience e Bularoom, Gepetos, Two Step Flow, Nobs, Picanha de Chernobill, Vlad V + Máquina Seca e Ave Sangria, o show mais aguardado da programação. A banda contagiou o público e mostrou que após tanto tempo na estrada, sabe como fazer a galera perder a voz ao gritar a cada letra, fazendo jus ao propósito que unia todo mundo ali.
O Grito da Terra é um festival que reúne muita gente louca por cultura, música de qualidade e sossego. E por mais que essa edição pôde ter sido a última, muita gente ainda vai comentar por muito tempo sobre o que tudo isso significou.
Confira mais fotografias e vídeos na página do Instagram da Revista Artemísia: