
De Carlos Eduardo Pereira dedicado a Carlos Miguel Benedetti
Em um mundo onde as pessoas não se esquecem, se excluem
Onde a tristeza é vendida numa música, em um livro e até em um quadro
Em mundo onde um café é servido em um copo plástico
Onde o sentimento mais belo não é recíproco
Em um mundo onde um roteiro é só ensaiado
Um amor é acabado
Onde até um choro é encenado
Um sorriso é esquecido
Em um mundo onde um ator não tem palco
Um músico não tem instrumento
Onde a solidão é algo esperado
Um poeta tem só sofrimento
Em um mundo onde o que é escrito não é lido
O que é dito é esquecido
O que é lido não é ouvido
E o que é guardado não é lembrado
Em um mundo onde inventam coisas para se precisar
Esquecem de coisas que precisam
Vendem coisas que não vão mais usar
Mas esquecem de mudar
Em um mundo onde um poema precisa ser acabado
Um coração roubado
Sem rima vou rimar “Retardado” “Comigo”
Neste mundo eu vou vivendo
(Dando risada do que eu escrevo)
Escrito em dezembro de 2014.