
Olá, de novo.
Hoje eu estou no topo do mundo. Libertei-me de muita coisa nesses últimos instantes (correndo o risco de que tenha uma recaída, mas por enquanto estou bem). O que me impede de recair é me auto-proibir de te perguntar “E aí, como vai?”. Portanto, continuarei sincera e perseverante comigo mesma quando me referir a ti.
Parar de pensar, por um instante só, seria uma dádiva. Daria descanso para todos os pesadelos que me atormentam acordada. Os malditos vêm de tempos atrás e insistem em me incomodar de hoje até sempre. Um passado descomposto feito para lembrar apenas do que dá saudade. Essa sou eu.
Tenho medo de não acordar nunca mais.
Não dou a mínima pra muita coisa e muita gente. Mas tem gente que vale a pena. Essa gente…
Aqui, no topo do mundo, mais perto do céu, a noite é mais negra. Minha tranquilidade até afastou uma tempestade. Pela primeira vez há tempos que eu não ligo, com uma indiferença tão grande como nunca havia visto antes.
Você não vai querer acreditar, não vai aceitar mas, eu me libertei de você. Não sei por quanto tempo, mas espero que de hoje para sempre.
Vou sentir saudade, mas só enquanto minha memória durar.
Enquanto isso, aqui no topo do mundo, quase alcanço as estrelas. Até pegaria uma pra ti, mas elas deram lugar à lua, majestosa, pálida e fria. Deve ser bom estar sozinha como rainha do céu. Duvido que ao vê-la não se lembrará de mim. Ela vai te encontrar onde quer que você esteja, só resta que tu te esconda, porque eu vou me esconder na noite e deixar que o vento timidamente te leve.
Memória desenganada, prefiro esquecer tudo. Prefiro o vento e o momento a ter de reviver você todos os dias.
Que privilégio estar perto do céu… Sob o céu negro abrilhantado com o luar e o chão, há alguns metros daqui, a me seduzir.
Ah, que privilégio te esquecer, ainda que só por hoje.