Você em mim
Você em mim

Você em mim

Parece e não faz sentido. Eu sofro com um sofrimento provocado. Costumo reler coisas que me fazem bem, mas dessa vez eu optei por rever o capítulo final de uma das temporadas da minha vida.

O plano inicial era amar todos. Com o tempo aprendemos que o amor pode existir, mas nunca na reciprocidade equivalente e esperada. OK, afinal, tudo isso é normal, né?

Tem barulho demais aqui.

Aí você se afoga no mundo. No fim, nem ama mais.
Amor é, hoje, algo precioso e raro. Era pra ser universal mas se tornou egoísta. Tenho nojo (de amores assim). 

Você já deu uma segunda chance pra alguém? Já deu uma segunda chance para si mesmo? Desacreditada nesse sentimento egoísta de quatro letras, apostei as últimas fichas de fé na verdade utópica (que você prometeu) e que me ludibriou. Mais uma vez.

– Pra quê?
É… “Pra quê?” , mesmo?! Amei… Amo… Sou fraca… Paciência.
A segunda chance eu dei para nós. Demorou cinco anos pra eu digerir você em mim e, no final, eu admiti – tal como tu admitiu – que ainda tinha muito de você em mim. A saudade, a segunda chance e.. O amor?

Meu cúmulo tinha nome até você voltar: assentimentalismo.

Assentimentalismo: estado de espírito que permite ao indivíduo alcançar a plenitude da ausência de sentimentos – como o amor e dependência de outro indivíduo (qualquer).   – Por mim.

Assentimental o caralho.
Que pena, hein?!

Ah, o amor! Tudo supera, tudo suporta… Só que não.
O amor se vai como a fumaça. Amor, hoje em dia, é sexo, né? A vulgarização de nós próprios respingou em um sentimento lindo e alguns até confundem amor com sexo. […] Amor é mais! Deveria ser mais… E o egoísmo? “Vai bem, obrigada”.

É na frieza, num piscar de olhos que o amor morre. Engana.

Aquela segunda chance era um ultimato.
Eu te disse isso, lembra?
Ou é dessa vez ou não é nunca mais.
Eu amei tanto… Hoje você me dá raiva também.

Quando a gente (re)”terminou” você achou que eu estava triste.
Eu não fiquei triste. Não fiquei triste MESMO, talvez porque o meu maior consolo foi o conformismo.
Você não me surpreendeu. De novo.

Egoísta, fraco…Você, não o amor! O amor me deixou triste de novo. Ele é mau.
Tudo bem, pelo menos EU amei – e me orgulho timidamente disso.

Se eu pudesse te dar um conselho, seria o mesmo que você me deu há 5 anos atrás: Cuidado pra não acabar sem ninguém.

Hoje vou tentar velar, mais uma vez, você em mim. Hipocrisias a parte, digo que você sempre vai existir em mim, mas eu não espero mais nada da gente. Um plano errado não pode – nem vai – me roubar a felicidade de uma vida. O final não vai ser tão feliz assim, mesmo.

Boa sorte com o monstrinho que você criou.

ps: No fim, eu fui – talvez – tua única amiga de verdade.

Escrito em dezembro de 2013.

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